Em plena era tecnológica, em que o cientificismo domina todos os setores, é dificil acreditar no que vou dizer. Mas todos podem tentar fazer, e mais cedo ou mais tarde, irão ver que falo a verdade.
Quando... e por algum motivo, estiverem num lugar verde e solitário, como num vale. Onde se podem ouvir à distância, as gotas de orvalho surpreenderem o silêncio ao gotejarem. Onde as serras, altas e robustas, lançarem uma sombra fria por todo o desfiladeiro. E os sabiás cantarem nos reconditos mais inalcançáveis. Ai, neste lugar, quando estiveres em recolhimento, ou em profunda meditação, verás vultos insólitos de sombras e de luz. E ruídos metálicos de canções desconhecidas. Luminiscências como bolas azuis, amarelas e laranjas. Às vezes, pequeninos e incautos seres azuis de chapéus verdes. Espíritos em tocos ocos de árvores velhas... Virgens vaporosas por sobre copas frondosas e floridas.
Você pode ter medo, e querer partir... ou pode ficar e fazer amizades com eles. Não sei o que são. Mas são deste mundo, tanto quanto eu e você... ainda que de outra perspectiva. Eram eles que os Celtas iam buscar em suas cerimônias, que os índios falam em suas estórias, que os budistas chamam de Vedas, e os ufólogos de extraterrestres. O mais estranho, é que eles nos vem visitar às vezes, aqueles que eles elegem como amigos ou companheiros, nos sequestram no porvir da tarde, e cruzam o céu à noite. Mas poucos ainda os perceberam. Claro... eles podem querer nos levar com eles, para um lugar que sempre teve guarida no coração dos homens. Um lugar, que homens de várias épocas e países, sempre buscaram, ainda que incoscientemente... por isso, tantos nomes... Shangri-lá, Magônia, Terra-do-nunca, Eldorado, Passárgada, Shamballa, Agartha, Avalon, Atlântida... Éden... Como disse Shakespeare: aquilo que chamamos de rosa, com outro nome, teria o mesmo perfume.
Partir com eles, é a grande incógnita de toda uma vida.
A humanidade é mesmo estranha...